Escassez global de chips
A escassez global de chips está a afetar a produção da indústria mundial. Da cadeia automóvel à produção de smartphones, a presença desses dispositivos é indispensável para o produto final.
A notícia não é nova: o mundo inteiro está a atravessar uma crise no fornecimento de chips o que já tem obrigado várias empresas a ajustar estratégias para o futuro. Os fatores para tal escassez são vários e está a afetar todos os setores da tecnologia, seja smartphones, computadores, jogos e até o setor automóvel.
A escassez de chips tem sido um tema nos últimos meses e os alertas de que tende a prolongar-se ano fora não são novos. O aumento repentino e duradouro de produtos de eletrónica, exacerbado pela pandemia, restrições à produção e até o impacto de fenómenos meteorológicos extremos (a onda de frio nos Estados Unidos, por exemplo) têm sido exemplos do agravamento do problema.
A primeira indústria a rever planos de produção e consequentemente de vendas foi a indústria automóvel, que segundo analistas (AlixPartners) este ano pode faturar menos 61 mil milhões de dólares, consequência da crise dos semicondutores. Mas à medida que o problema se prolonga, mais setores começaram a ser afetados. Um analista da Samsung Securities, MS Hwang, antecipa à Bloomberg que a indústria de PC e televisores devem ser as próximas.
Esta é uma indústria onde cada fabricante se interliga com um conjunto de outros para ter acesso a todas as componentes que necessita para integrar um chip e onde um número reduzido de gigantes mundiais acabam por se encarregar do fabrico em massa de produtos concedidos por diferentes empresas.
Por exemplo, empresas como a Samsung ou a TSMC fabricam os processadores Snapdragon, desenhados pela Qualcomm e usados por quase todos os fabricantes de dispositivos móveis de última geração (5G). No passado trimestre, a fábrica de Austin no Texas, uma das que a Samsung usa para produzir chips de rápido da Qualcomm para dentro e fora do mercado norte-americano, teve de parar a produção devido ao mau tempo.
A nível global, estima-se que a escassez de chips tenha prejudicado as vendas de smartphones no último trimestre em cerca de 5%. No sector automóvel ainda esta semana a Volkswagen admitiu que teve de reduzir a produção mundial em 100 mil carros para acomodar as limitações.
Segundo a Associação da Indústria de Semicondutores, uma das entidades que mais tem pressionado medidas públicas, a indústria norte-americana de semicondutores assegura 47% das vendas mundiais de chips, mas só 12% da produção é integralmente assegurada nos Estados Unidos.